És tu, ó meu dono e senhor,
Quem me fere com tanto esmero,
Faz-me escrava, e é com tanto zêlo
Que mergulho neste universo de plena dor...
Infinitos são os castigos aplicados,
Vela quente, chicotadas, fortes tapas,
Penetra-me ferro em brasa, e frias chapas,
Bandagens e tudo mais que possa sufocar-me os gritos extasiados...
Ensandecida fico, ao lembrar-me,
Do quanto tu deliras ao meu corpo fustigar,
E, gemendo de saudades, molho os dedos a jorrar,
Implorando tuas ameaças, e teu juramento infame,
De ter-me sempre como tua criatura,
Humilhar-me mais e mais e nunca parar,
Mesmo que outros brinquedos tu voltes a usar,
Terás sempre ao teu dispor minha carne dura...
FST