- Quem dentre vós se prestará a pagar,
Para ter esta doce criança ainda inocente?
- Quem será o primeiro a tecer neste frágil corpo,
A fatal teia da decadência?
- Quem, dentre vós estará disposto a rasgar inteira,
A alva pele que outrora era livre de qualquer mácula?
- Quem? Quantos? Senhor?
Queres dar mais pelo prazer de profaná-la com seus companheiros?
- E tu, sábio ancião,
Serás tu, que mesmo sem conseguir manter a haste tesa,
Quererá lambuzar-se sem pressa,
E após introduzires os mais cortantes objetos
Na cavidade cujo lacre da castidade ainda não foi rompido,
Jogará a tão frágil e doce criança para vossos sedentos animais?
- Esperem! Agora, ouvi, lá ao longe,
Bem no fundo dos aposentos luxuriosos onde
Faço a oferta que tantos querem cobrir...
- Dizes forasteiro? Quanto queres pagar para ter contigo
Essa doce criança, e dares abrigo,
Em troca de sexo, torturas e castigo?
Sim, o dobro do maior lance tu ofereces?
Para poderes saciar tua vontade
De rasgar-lhe a macia pele,
E devorar-lhe a diminuta entranha?
Sim, claro, como tu quiseres,
Paga-me e toma aqui tua recompensa,
Leve-a, ou sacie agora a tua vontade,
Em meio aos demais abutres que aqui estão,
Pois todos, assim como eu,
A cafetina que te entregas o fruto do teu arremate,
Irão contigo devorar cada pedaço
Da doce carne da criança,
Que chora, e pede, e, no entanto, não mais tem esperança...
FST