quinta-feira, 5 de abril de 2007

Templo de Profanação

Com quantos terei que me deitar,
Para saciar meu incontrolável desejo
Por este sexo sujo e execrável?
Mais de mil passaram pela minha vida,
E ainda mais de mil hão de passar,
Para tornarem meu sexo ainda mais amargo,
Tanto quanto o fel que adoro deixar escorrer
Por entre o falo ereto de meus amantes,
E chupar, e lamber, com total voracidade...
Sou o abrigo de doenças e luxúrias sem fim...
Quem em meu corpo pede abrigo,
Não imagina o que mais irá receber como castigo
Por tão pérfida criatura desejar:
Das doenças do Mundo, tenho todas as que possas imaginar,
De acre sujeira lambuzo-me diariamente,
Deixo desde o mais vil farrapo humano,
Ao mais rico comerciante,
Deleitar-se em mim, para como um porco,
Na lama do meu vil corpo chafurdar...
Sou toda podre, como fruta ao chão caída,
Devorada por todos os piores vermes...
E, dentre todos os que diariamente me devoram,
Quem sabe tu não podes ser o próximo?

FST