quinta-feira, 5 de abril de 2007

Amor Necrófilo

Posso dizer que realmente a amei,
No momento em que senti jorrar
Seu doce sangue pelos vários
Cortes que fiz em sua imaculada carne...
Tão grande foi este sentimento que,
Tomado pela volúpia da paixão
Depositei seu cadáver ao meu lado
No grandioso leito da devassidão...
E, dia após dia,
Maior tornou-se meu desejo
Ao sentir exalar o acre aroma
Da putrefação em seu estado mais avançado...
Amei-a todas as noites sem querer parar
E senti cada vez mais a vontade de realizar
Ainda um último desejo
Antes de desfazer-me do meu brinquedo humano preferido.
Perfurei sua gélida carne endurecida
E saciei-me em cada um de seus novos orifícios:
- Pescoço, seios, ventre, braços e pernas. –
Foi com deleite que me banqueteei
Com este sexo delicioso.
Após estar completamente satisfeito,
Devorei suas pútridas entranhas cruas...
Agora, somente me resta perambular decadente,
Pelas sombrias esquinas da extensa cidade
À procura de uma substituta à altura
Para saciar este incansável Amor Necrófilo.

FST – 28/02/07