quarta-feira, 4 de abril de 2007

Bacanal

Caminho pela noite lentamente
Em meio ao fresco aroma luxuriante
Exalado pelos jardins de águas plácidas
Que rodeiam o templo de Baco
Deus profano da diversão e do vinho sem medida,
É adorado pelos fiéis, que como eu,
Dão-se como cordeiros alegremente imolados,
Nas profanas celebrações ao sexo e às festas sem igual,
Deixando meu olhar percorrer a relva elevada,
Noto o torso nu de um belo jovem arranhado,
E sob o peso de seu corpo, uma frágil donzela,
Cintilante pelo jato de prazer por ele emanado.
Mais à frente, onde uma frondosa árvore faz seu ninho,
Dois senhores ajeitando as vestes em desalinho,
Vejo ainda, um belo casal de mulheres,
A beijar-se e a tocar-se nas fendas úmidas sem pudor...
Tal é o deleite que tenho ao notar o sexo tão languidamente provado
Em suas diversas formas, que mal noto,
O abraço arrebatado que recebo de dois nobres cavalheiros;
Com habilidade sem igual, eles despem-me,
E ajeitam meu corpo para receber as deliciosas rajadas de prazer:
Sinto um dedo introduzido em minha vagina,
Enquanto o outro enterra o sexo em minha boca oferecida,
E assim sou eu também como presente,
Entregue à Baco, o senhor deus supremo...
O entra-e-sai em meu corpo é tão cativante,
Que mal noto que já entraram uma dúzia – talvez mais –
E deixaram como oferenda no meu templo malogrado,
Suas emanações de prazer, seu gozo exacerbado,
Manchando também o vasto tapete de frias folhas
Que serviu como vasto altar,
Para este ritual denso, alucinante e sagrado.


FST