Tomo ainda um ultimo cálice deste vinho barato,
No fédito e decrépito bordéu em ruínas...
Observo, com olhar frio e distante,
As pequenas dançarinas de peles moles e seios flácidos
Que exibem a todos seus corpos vacilantes...
Quanto orgulho exibe ainda a velha cafetina,
Sorri mostrando os dentes apodrecidos e desgastados pelo tempo,
Enquanto homens pobres da cidade
Acompanham o lento requebrar da prostituta oferecida...
“- Que fazes tu aqui, nobre cavalheiro?” –
Indaga o ancião de olhar perdido;
“- Procuro aquela que hoje tirastes das ruas
E pusestes aqui, neste antro de perdição.” - respondo eu, com jeito altivo.
Sem pestanejar ele me traz a linda menina,
De rosto empalidecido, triste boneca de luxo,
Ainda exalando pelo esguio corpo mal coberto,
O cheiro doce da infância não de toda perdida...
Negocio rapidamente o valor a mim estipulado,
E levo embora minha magnífica mercadoria...
Mal chego aos meus aposentos para dela desfrutar:
O arfante peito, os rosáceos mamilos,
A boca amuada que se abre em um esgar;
A intocada fenda, o apertado orifício,
Que violo com crueldade sentindo prazer ao vê-los sangrar...
Assim passam os dias,
De estupro e violência sem fim,
Ofereço-a como sobremesa aos meus ilustres visitantes,
E todos a saboreiam, dela lambuzam-se sem pesar...
A menina grita, chora, mas com o tempo conformada,
Submete-se a todos os cruéis jogos de prazer,
E vive sua curta infância por mim roubada,
Entre suores, salivas, gozos e infâmias sem fim,
Até o dia em que, exausta por tamanha e tão agoniante escravidão,
Morre em meio à orgia, sendo ainda consumida,
Até sua total putrefação.
FST – 22/03/07 – 20:30h