terça-feira, 29 de maio de 2007

Oh! Insano coração amargurado,
Que tanto prometeste a ti mesmo não mais gostar,
E hoje se vê cego e apaixonado,
Sofrendo novamente pela angústia do querer amar?

Tu, que já chorastes tantas vezes calado,
No vazio do meu peito arfante escondido,
Agora sinto-o pular alegre e descompassado,
Procurando nos teus espessos olhos castanhos abrigo...

Misteriosa é a tentação que tu carregas,
Rubros são teus lábios por minha boca tão desejados,
Somente em sonho tu me fita demoradamente sob a luz de bruxuleantes velas,
E me ama com fervor e com deleite exacerbado...

Ainda ouço o eco das palavras que tu não dizes,
Ressoando em meus ouvidos sempre atentos,
Meu corpo clama o teu em suave desalento,
E minha língua sente o gosto do teu nome, oh, meu querido...